02 maio, 2013

DESVANEIOS DE UMA SARDINHA, PARTE 1



       A voz que tinhas para mim calou-se. Perguntei-te porquê mas não me soubeste responder. Eu também não te sei responder e acho que nunca soube. Agora quero responder-te e quero calar-te e quero… quero não sei bem o quê. E tu, sabes? Eu não sei o que queres. Mal sei o que quero.
       Sabes que dou por mim a falar de ti com entusiasmo? Sabes porque o faço? Eu sei, mas só às vezes. Não o quero fazer, mas queres que o faça? Sabes? Eu não. Sei que agora envergonhas-me com silêncio quando antes me envergonhavas com palavras e gestos e nem sei bem o quê. O que é feito desses tempos onde eu me questionava e questionava-te e era tudo uma questão bem mais divertida? Agora questiono-me e questiono-te mas esta questão deixa-me fora de mim de uma forma angustiada. Não é nada divertido, deixa-me que te diga.
       Já não sorris para mim agora, agora que me apetece sorrir para ti. Entendes-me? Eu também não te entendo.  Sou uma sardinha no mar, e tu? És um pescador? Ou um peixe diferente? Não sei o que és, mas tu sabes o que és? Diz-me, porque estas perguntas colocam-me fora do aquário e eu só quero respirar sem dar importância a mais nada. Mas sei lá, era capaz de te dar importância, parece-me.
        Em ti vejo esferas de esperança, e elas agradam-me. Diga-me, senhor Bipolar, as respostas às minhas perguntas. Odeio não saber as respostas para os testes, muito menos aqueles me podem deixar sem ar. Tudo era mais fácil quando era apenas uma ova de sardinha…

2 comentários:

MIAM disse...

Então e essa carta, sai ou nao sai?!

Sara disse...

Espero que em algum momento eu também posso ter tempo para escrever um pouco, porque ele realmente é muito saudável e espero ter a chance de fazê-lo gostaria em algum momento a trabalhar um pouco menos e se sentar e escrever algo de bom em kosushi