22 outubro, 2009

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

 

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

 

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
                         Janeiro de 1931, de Fernando Pessoa.

 

 

Bem, isto de estar no 12º e estudar Fernando Pessoa tem muito que se lhe diga… Já leram o poema e tentaram percebe-lo? Pois, mas nao deixa de ser “giro”. Quem diria que eu, por exemplo, era capaz de me identificar tão bem com Fernando Pessoa? A “dor de pensar” e a desfragmentação do sujeito poético são me tao familiares … enfim, quem me mandou a mim não ser normal?

1 comentário:

MIAM disse...

Ao menos tu estudas Fernando Pessoa...


:(

Saudades