07 dezembro, 2008

Where's My Sweet Poison?

                      1126767559_gal_0_fear

Ela. Apenas e somente ela. Aquela sem nome, fruto indesejado de uma noite de descuido. Aquela amaldiçoada no ventre de sua mãe, que crescia sem saber o que a esperava. Ela, a que sobrevive agarrada aos raros fios de luz que surgem no meio da eterna escuridão em que vive.

Ela caminha sozinha. Sempre sozinha. Não tem família, ou, pelo menos, não considera a sua família uma família. A correria na sua “casa” pode ser classificada em duas espécies de concursos: “Quem consegue irritar quem mais depressa?” e “Quanto álcool se consegue beber por dia?”.

Todos lhe mentem. O seu mundo gira á volta de uma constante de desilusões, lágrimas e promessas não cumpridas. Toda e qualquer esperança é destruída pela maldade humana; pela maldade do seu destino, que a amaldiçoou cedo demais.

Ela caí e ninguém a ajuda a meter-se de pé. Riem-se na sua cara. Riem-se do facto de ela ser desajeitada. Riem-se das suas tentativas de gritar socorro. Riem-se das suas suplicas de ter mais uma oportunidade…Uma oportunidade de mostrar que merece ser igual aos outros. Mas o seu destino é demasiado cruel. Não quer saber, e continua a pôr-lhe demasiados obstáculos.

É de estranhar que ela tenha apetitosos desejos de morte prematura? Penso que não. Apesar da sua curta existência, ela é quase uma mulher. É alguém que tem a sua alma demasiado desfeita para alguma vez se recompor. Á muito que a sua sanidade mental se foi; A solidão e o desespero trataram disso…

Por agora, ela continua a fazer a mesma pergunta sem resposta: “Onde está o meu doce veneno?”

Sem comentários: