Sentamo-nos num banco, contemplando os nossos sonhos, revendo as nossas memórias, odiando os nossos erros.
Erros, quem não os fez? São os nossos “e se…?”, “não devia ter…”; as nossas dúvidas e correcções. Ah, o que eu mudaria se pudesse… se.
E aqueles erros em que não se sabe onde é que se errou? Onde não se sabe quem errou e porquê? Aqueles erros que nos torturam o pensamento porque teimam em fazer auto-replay. (Sou uma masoquista até á perfeição ao ponto de os rever num ciclo da eternidade.)
Tu, minha cara companhia, que irás fazer comigo? Também tu criarás memórias comigo? Será que seremos o erro um do outro? Conquistar-me-ás e depois partirás sem mais uma palavra? “Não.” Dizes tu, mas eu conheço os passos desta dança que o universo me força a dançar. É uma rotina que crava as longas e dolorosas unhas na minha pele, na minha carne.
A tua voz embala-me, deixa-me ensonada, embora eu teime em não adormecer no teu ombro. Tenho a certeza de que, caso adormeça, irás partir em busca da tua próxima vítima e eu serei apenas mais uma. Talvez tenha a certeza ou talvez seja uma desculpa; talvez goste apenas de simples momentos como este em que me afagas os cabelos.
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